quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MEDO...

Nos últimos dias venho chegando à conclusão de algo que observo faz tempo, e que penso ser preocupante por diversos aspectos: O medo da felicidade! Quem já ouviu falar em "zona de conforto", um termo da psicologia que define aquela situação em que a pessoa se coloca para eliminar todos os riscos, vai entender bem o que quero dizer. A zona de conforto é uma bolha, um "refúgio" contra alterações no estado atual que é, no mínimo, algo como "mais vale um pássaro na mão que dois voando", ou "antes isso do que nada". O problema se dá quando a felicidade tenta se aproximar e fica batendo contra a parede da bolha de proteção. Nessas horas, o mundinho confortável deixou de fora a oportunidade de ampliar os horizontes e sentir que a vida pode ser melhor! Dentro desse tempo como observador, vou destacar duas situações que reparei com maior freqüência. Na primeira, a pessoa tem um emprego público, tem estabilidade, alguns benefícios, mas por outro lado o salário é baixo e sem possibilidades de aumento por progressão funcional. Esse perfil, do qual já fui parte, costuma ser tentado a ficar na bolha. Tem medo (olha ele aí...) de correr atrás e sair pra lutar por algo que lhe dê condições melhores, porque afinal "é pouco mas é certo!". Então surgem oportunidades de esquecer a estabilidade e ganhar mais, podendo viver com maior tranquilidade, proporcionando o mesmo para cônjuge, filhos, família. O medo do novo, daquilo que se apresenta com indícios de ser melhor, trava a pessoa porque vai mexer com sua zona de conforto. O medo surge, muitas vezes, na dúvida. "Será que devo arriscar? Tenho medo de não dar certo!" O medo do novo não é anormal, pelo contrário. O problema começa quando se exige um mínimo de coragem, mas não se consegue romper a(s) barreira(s). E esse mínimo pode trazer muitos "máximos"! Afetivamente não é diferente e pode ser ainda mais complicado. Sei de casos e vou relatar um como exemplo, preservando nomes reais. Questão de ética e respeito. Maria conheceu João num site de relacionamentos na internet. Foram se encontrar pessoalmente e a conversa foi agradável, um encontro gostoso. João e Maria não deixaram escapar diretamente o quanto haviam gostado de conhecer um ao outro. Durante a conversa, vários links com pessoas e lugares, situações em comum, serviram para quebrar o medo normal de ser tudo uma farsa. O contato continuou virtualmente e já estavam agendados para um novo encontro. De repente, João encontra Maria no MSN dizendo que reencontrou o ex-namorado no dia anterior, o mesmo do qual João ouviu os motivos que levaram ao término, incluindo alguns que realmente inviabilizariam. O "ex" pediu pra voltar. Ela decidiu tentar de novo. Isso acontece? Sim...e seria até normal se não fosse pelo mail que João recebeu no dia seguinte. Maria dizia que havia percebido que João era o perfil de homem que sempre quis, que sentiu saudades, confessando que estava com quase plena certeza de que havia decidido errado, mas o medo do novo, e um novo que parecia ser tão bom lhe assustava, e fez com que ela desistisse da percepção que teve e deixar o João de fora. Essa história eu conheço de fonte limpa, mas existem muitos outros medos que são incompreensíveis. O medo de encontrar, de ver a pessoa ao vivo, o medo de gostar e não ter retorno, o medo disso, o medo daquilo...O MEDO PARALISANTE DA FELICIDADE! As pessoas estão com medo de tentar a felicidade mudando de rumo no trabalho, no amor, na escolha acadêmica...em tudo! Só encontro uma explicação pra isso: o desencanto pela desconfiança de tudo e todos. O estabelecimento de um pré-julgamento de que não se pode arriscar: "Eu prefiro ter um(a) namorado(a) mais ou menos a um(a) que me parece ser bem melhor, porque o(a) "mais ou menos" eu já sei como é!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário